Detran

Deus, sempre que chega aquela época do ano em que é necessário emitir o novo documento do meu carro ou renovar minha CNH, uma séria de sentimentos — desesperança, amargura, angústia, aflição, etc — afligem a minha pessoa.
Antes mesmo de adentrar as portas abarrotadas do Detran, já começa o martírio. Não há estacionamento. É necessário disputar minguadas vagas ao longo das ruas com milhares de outros desafortunados, todas fortemente guardadas por um exercito de flanelinhas.
Ok, você finalmente entra no Detran, e a segunda etapa do calvário se inicia.
Ao contrário de outros estados, em que é possível fazer tudo pela internet e depois receber o seu documento pelo correio, Santa Catarina continua fazendo com que as pessoas tenham que passar por um «processo» absurdamente estúpido e retrogrado. O único objetivo é praticamente obrigar as pessoas a utilizarem os serviços de um despachantes. Enfim, você pega várias senhas, passa por vários guichês, paga várias guias diferentes, tira foto num lugar, faz o exame médico em outro, entrega uma guia paga num lugar, outra guia paga noutro lugar… Tudo é muito confuso. Nada faz muito sentido em quanto você vaga de uma sala a outra, pula de uma fila a outra, mas você vai indo, tentando seguir os passos confusos que lhe são passados. E quando tudo parece terminado, o calvário ainda não terminou. Você entra em uma última fila para deixar o seu «processo» e pegar um protocolo. Nada fica pronto na hora. Dali X dias é necessário retornar ao Detran, mais uma vez você precisa achar uma vaga de estacionamento na rua, «se escapulir» dos flanelinhas, pegar uma senha, entrar numa fila para então, finalmente, ter em mãos o famigerado documento.
Não deveria ser tão difícil.