Tenho uma irmã excepcional, portadora da Síndrome de Down. Hoje ela trabalha, estuda, lê, escreve e leva uma vida totalmente independente. Mas tudo isto foi graças aos primeiros passos que ela deu na APAE de SP. Quando ela ainda tinha meses(menos de 1 ano), começou a frequentar a instituição para a estimulação precoce, um serviço exemplar oferecido pela APAE. Trata-se dos primeiros passos para o desenvolvimento da criança, com o apoio de fono, fisioterapeuta, pedagoga, psicóloga, e outros profissionais. As crianças aprendem desde caminhar até controlar sua língua dentro a boca, literalmente(uma das características dos Downs é viver com a linguinha para fora). Meus pais também tiveram apoio psicológico e acompanhamento de profissionais. No início do processo, eles passaram por uma entrevista com assistente social para determinarem o quanto eles podiam colaborar com a instituição. Por ser filantrópica, não era cobrado um valor fixo de mensalidade, porém, de acordo com a análise, eles davam um valor x como doação mensal. Até os seus 15 anos ela frequentou a instituição, iniciando ali inclusive seu processo de alfabetização. Até que chegou o momento que os próprios profissionais da APAE acharam que era a hora dela levantar voo sozinha e trilhar novos rumos. Foi quando ela saiu de lá. Muita gente associa APAE à pessoas incapazes e fazem piadinhas com a instituição. Eu associo APAE à vida. É nela que um excepcional nasce, de fato, para o mundo.