Este bar sem nome, chamado por alguns de Bar do Leonel e por outros Bar do Joinha, é um dos lugares mais pitorescos onde já pisei. Foi fundado em 1964 por Wilson Leonel, que toca o bar até hoje e recebe todos os clientes com seu já tradicional bordão «joinha». IMPORTANTE: não aceita qualquer tipo de cartão. Só dinheiro ou cheque. Por que? Porque o Leonel não quer — simples assim. Antes de qualquer coisa, é bom avisar que o bar é a casa dele. Lá valem as regras dele. Ele abre quando quer, até a hora que quer e serve o que quer. Às vezes ele desaparece ou senta em alguma mesa para conversar com antigos clientes e você tem que esperar para fazer seu pedido. Às vezes ele xinga algum cliente sem motivo aparente. Muitas vezes ele para e conversa com você e parece gostar de ver caras novas por ali. Eu sentei sozinho em uma mesa e ele sentou por uns poucos minutos comigo. De forma bastante amistosa, perguntou de onde eu vinha e o que eu fazia. Se você respeitar o jeito dele, será muito bem recebido por lá. Ah! Não tem cardápio — tem que perguntar o que tem e os preços. O bar é relativamente pequeno, com mesas na parte de dentro e de fora, e estava lotado no sábado à tarde — majoritariamente pelo pessoal da região. A música de fundo ia de jazz a Elvis, passando por Roberto Carlos. Detalhe para o relógio que sempre marca 6 horas. Leonel não tem funcionários porque não consegue conviver com eles. Nos fins de semana, com o movimento maior, é auxiliado pelo irmão Walter — que tem personalidade totalmente oposta à sua. Walter cumprimenta todos os que chegam, preocupa-se com o bem estar dos clientes, atende todo mundo muito bem. Para beber, cerveja gelada: Original, Serramalte ou Brahma. Eu soube que às vezes tem alguma cerveja importada, depende do dia(veja parágrafo acima). Entretanto, a cerveja sempre vem gelada. Não quer cerveja? Olhe em volta. Eu estimei cerca de 300 a 400 garrafas de cachaça diferentes nas prateleiras — a maioria já aberta. Estique o braço, escolha uma e pergunte o preço da dose ao Leonel. Quer uma caipirinha? Peça ao Walter se ele estiver por lá — ele é mais caprichoso que o irmão para fazê-la. Para comer? Opção 1: pastéis de carne, queijo ou palmito, fritos na hora, com a massa sequinha e muito gostosos. Opção 2: tábua de frios — chame o Leonel, fale quantas pessoas vão comer, mais ou menos o que você quer e/ou o preço que quer pagar; ou fale exatamente o que você quer e pergunte por quanto sai. Leonel compra os frios no mercadão, na Casa Flora e em outras lojas especializadas — tudo de primeira qualidade. Você pode ver o que tem disponível no dia diretamente no balcão ou perguntar ao Leonel(às vezes ele tem algo diferente lá dentro). Prepare o bolso — os preços em geral estão mais para bares da Vila Madalena que para botecos«pé sujo». Já mencionei que não aceitam cartão? Difícil avaliar este bar. Dei 5 estrelas porque saí de lá bem feliz. Quase tirei uma estrela pelo preço salgado, mas mantive. Uma outra pessoa — com a mesma experiência que eu tive e que goste de um atendimento mais«padrão» — poderia dar apenas uma estrela. Tudo depende de quão aberto você esteja à experiência. Joinha?