A Tasquinha dos Grelhados

Numa ruela escondida de Lisboa, encontra-​se a Tasquinha dos Grelhados, que é uma das cervejarias referência da capital, apesar de não ser a mais óbvia. Gosto de vir aqui ao final do dia para comer um belo prato de entrecosto grelhado. Aqui também servem peixe, mas ainda não ousei experimentar. Gosto de associar esta casa à carne grelhada e à simpatia do pessoal que serve às mesas. O espaço não é muito grande e tem um ar de tasca, mas esquecemos isso assim que trincamos o primeiro pedaço de carne.

A julgar por quem me recebeu, esta é uma casa de homens. Perdão, uma tasca. Mas não… lá dentro na cozinha está a «chef», uma senhora muitíssimo dotada nas artes gastronómicas, sobretudo no que aos grelhados diz respeito (divinais). Visto de fora, o restaurante não é nada chamativo; é um daqueles estabelecimentos de bairro que nunca apostou muito na comunicação. E não precisa, acreditem.
Confirmo que é BB, bom e barato — o outro B, de bonito, fica para depois. E por ter tantos recantos, é possível jantar ou almoçar e meter a conversa em dia com o amigo, sem vizinhos curiosos a cuscar.

Levaram-​me a conhecer a Tasquinha num daqueles dias em que uma reunião se prolonga para uma conversa e, quando se dá conta, já é hora de jantar.
Do Instituto Superior Técnico até lá são dois passos e três dedos de conversa. O lugar é despojado mas maior do que parece, já que tem várias salas interiores.
Quando já estávamos a provar a grelhada mista e as lulas (grelhadas também, claro) ligam-​nos a perguntar se se podem juntar a nós. Por azar, já era tarde, a cozinha já estava fechada, mas, ainda assim, os senhores desfizeram-​se em desculpas e garantiram-​nos que, da próxima vez, se avisássemos com antecedência esperariam pelos nossos colegas mais atrasados. Foram extremamente amáveis e assim percebi o porquê de, tantas vezes, as reuniões terminarem ali.