Espaço Evoé

Aqui tive as minhas aulas de Teatro com uma professora fantástica à qual me entreguei nos processos de descoberta e interpretação de diversas personagens. O Teatro é uma excelente forma de descoberta de nós próprios e do outro… É uma processo empático onde descobrimos em nós algo que nos liga e que nos relaciona com diversos tipos de personagens. Mas a Escola Evoé não é só Teatro. Também canto, voz, e tantas outras artes performativas que nos ajudam a sermos mais vibrantes e mais criativos na utilização das várias ‘ferramentas’ que temos em nós e no nosso corpo. Eu atrevo-​me a dizer que este é um espaço terapêutico e de reencontro com a nossa essência através da cultura e da arte.

Para além dos cursos há um acontecimento para angariar fundos que enche a noite de alegria, o Evoé Cabaré. Um encontro entre cultura, comida e bom ambiente. Já cantei e já assisti a vários. É sempre uma surpresa pelos projectos apresentados e pelas pessoas que vão. É um bom espaço para se mostrar trabalho, apoiar os amigos ou estar atento à arte submersa em Lisboa. Não há remuneração para os artistas, mas há público e vontade de estar. Nos dias em que o cabaré acontece a rua fica cheia e acolhedora, um óptimo sítio para se conhecer novas pessoas e passar uma noite agradável. Estejam atentos e se tiverem projectos participem.

Já tinha ouvido falar deste espaço através de uma colega da faculdade que na altura me convenceu da necessidade de frequentar um curso de teatro, enquanto meio para ultrapassar a timidez.
Na altura, já se tinham passado alguns anos desde a última vez que tinha feito teatro e a vontade de voltar a passar por isso era enorme. Assim, passei da vontade à acção e inscrevi-​me no curso de iniciação para actores.
Um curso, cuja duração foi de Fevereiro a Julho e ao qual ia apenas uma vez por semana, mas que fez de mim uma pessoa bem mais feliz. Adorei a professora e os meus colegas, bem como o método de dar as aulas que fez com que descobrisse em mim capacidades até então adormecidas.
A verdade é que tinha a tendência para interpretar melhor o papel do tipo louco, ou da neurótica que fazia da Cultura o seu ganha-​pão: estereótipos que, de certa forma, também me fizeram refletir no meu verdadeiro «Eu», permitindo-​me ultrapassar os complexos de inferioridade que tinha.
No final do curso apresentámos uma peça aos nossos familiares e amigos, inteiramente adaptada e interpretada por nós. Correu tudo tão bem que aconselho toda a gente a experimentar, nem que seja uma vez na vida, o teatro! Acredito que a fuga à nossa realidade pode-​nos manter incrivelmente sãos!