Maharaja

A cidade de Lisboa está recheada de vários restaurantes indianos, de todas as formas e feitios.
Eu, pessoalmente, gosto dos mais escondidos e com segredos por revelar, não estando acessíveis, mas apenas a algumas pessoas.
O Maharaja é apenas um exemplo de algo escondido, até bastante escondido tendo em conta a área que é sua vizinha, a Avenida da Liberdade.
Nota-​se a antiguidade do espaço, a datar da década de 40 ou afins. O ambiente é agradável e muito acolhedor, feito sobretudo pelo dono e família.
O melhor vem agora no fim… a comida, muito saborosa e a pedir nova repetição daí a dias.

Ao lado do cosmopolitismo da Avenida da Liberdade, existe uma Lisboa antiga e tradicional, menos preconceituosa e pronta a acolher a diferença. O restaurante afro-​indiano Maharaja é um dos casos felizes de uma rua típica da capital. O seu interior uma casa indiana dos anos 40, cheia de cor e de objectos inomináveis. Posso dizer que é um dos poucos onde se pode saborear comida confeccionada à moda indiana. Dos pratos africanos já não tenho muita autoridade para falar, mas posso dizer que a muamba de galinha com molho de amendoim é qualquer coisa de muito bom.

Descobri este cantinho há uns anos e desde então não mais o larguei… Desde as suas salas acolhedoras, até à simpatia do seu proprietário e família, tudo contribui para que me sinta bem aqui!
Recordo-​me, inclusive, de um episódio que embora caricato, foi incrivelmente amoroso. Tudo se passou no jantar de aniversário da minha irmã, quando uma senhora indiana, já de uma certa idade, resolve cantar-​lhe os parabéns em indi. Ninguém estava à espera que aquela figura pequenina, com uma vozinha frágil a puxar para o esganiçado, proporciona-​se um momento tão bonito.
Apostam na cozinha goesa, com alguma fusão de temperos e sabores moçambicanos. Pratos que me enchem de água na boca: é o caso da galinha com molho de castanha ou a galinha do campo que tanto me faz transpirar — é verdade, eu admito, embora goste de picante não tenho tolerância nenhuma ao dito!