Mirabela

Já há muitos anos que me lembro de passar nesta florista. Hoje em dia, as casas de flores que vejo pelas ruas, são essas modernas e que, normalmente, não duram muito tempo abertas. Esta, é à antiga! Um espaço antigo, castiço, aquilo a que eu chamo uma florista de verdade. Para além disso, marca a diferença pelo atendimento. Quando lá fui, fui atendida por uma senhora já velhota mas muito simpática e muito entendida no assunto. Há de tudo nesta loja, e o aroma que paira no ar é encantador. As flores, mesmo para quem não perceba nada do assunto, têm bom aspecto e há muita variedade de bonitas flores. Vê-​se que são bem tratadas.

Sempre gostei muito de oferecer flores e como trabalhei perto desta florista era a minha de eleição.
O atendimento sempre foi muito simpático, querido mesmo, uma senhora já de idade que me ajudava sempre que eu pedia rosas (não sabia pedir mais nada).
«Rosas outra vez?» Até aos 24 meses foram sempre rosas, uma por cada mês de namoro.
Aos 24 deu jeito mudar para outra flor, a despesa já era demasiado grande.

O espaço foi remodelado recentemente — abriu com nova cara no dia 1 de Outubro, mas mantém a traça antiga e os vestígios do que era antes: uma loja de artigos de noiva, daí a quantidade imensa de espelhos, que me tinha deixado intrigada.
O atendimento combina com o espaço: é paciente, demorado e atento. Eu não percebo nada de flores, mal sei distinguir uma rosa de uma gerbera, mas quero oferecer um ramo à minha avó. Com elegância, a senhora, que me atende, corrige: um arranjo ou um bouquet? Pergunta-​me quanto estou disposta a pagar e, a partir daí, faz-​me sugestões sobre o que incluir. Digo a tudo que sim, a autoridade com que fala sobre o assunto, deixa-​me convencida que serão boas escolhas. O resultado final é perfeito: com rosas, anastácios e antárias renovo o sorriso da minha avó.